Vitamin A Intake
and Hip Fracture Among Postmenopausal Women
Diane Feskanich, ScD, Vishwa Singh, PhD, Walter C. Willet, DrPH, Graham
A. Colditz, DrPH
JAMA 2002; 287(1): 47-54.
Nesta análise da coorte do estudo
americano NHS (Nurses Health Study)
foi avaliado o efeito do consumo de vitamina A e seus derivados (retinol e
beta-caroteno) no risco de fraturas de quadril em mulheres. Foram analisados os
dados de 72.337 enfermeiras pós-menopáusicas participantes do NHS (de um total
de 121.700), sendo excluídas dessa avaliação mulheres com fratura de quadril
prévia, câncer, doença cardíaca, acidente vascular cerebral ou osteoporose. Todas
foram submetidas a questionários alimentares semi-quantitativos a cada 4 anos,
bem como questionários sobre outras variáveis clínicas (peso, tabagismo, uso de
medicações) e foram seguidas de 1980 até 1998 (860.355 pessoas-ano). A partir
desses dados foi analisada a taxa de fraturas de quadril (auto-relatada) e sua
relação com consumo de vitamina A e seus derivados (separados em quintis). As análises mostraram que a taxa de fratura de quadril
aumentava progressivamente de acordo com o quintil de consumo de vitamina A e
retinol (na dieta + suplementos), mas não de beta-caroteno. Após ajuste para possíveis
variáveis confundidoras o RR para fratura de quadril (primeiro vs. quinto quintil) foi 1,48 (IC 95%
1,05-2,07) para vitamina A, 1,89 (IC 95% 1,33-2,68) para retinol e 1,22 (IC 95%
0,90-1,6) para beta-caroteno. Quando estratificadas para usou ou não de TRH,
apenas as mulheres que não fizeram uso da mesma apresentaram maior risco de
fratura. Durante o Clube de Revista, os seguintes pontos foram
discutidos:
- Trata-se de uma população de mulheres
norte-americanas brancas, o que deve ser levado em conta na generalização
dos dados;
- Apesar dos dados serem obtidos a partir
de questionários, a grande amostra e os estudos de validação dos
questionários aumentam a força dos achados;
- O consumo de vitamina A foi atualizado a
cada novo ciclo de questionários, aumentando a confiabilidade dos
resultados;
- A interação entre TRH e consumo de
vitamina A parece relevante e necessita de mais estudos para melhor
compreensão;
- Quando excluídos os suplementos da
análise, o aumento de risco de fraturas se mantém, porém com menor
magnitude.
Pílula
do Clube: O maior consumo de vitamina A e, em
especial, de retinol, está associado com uma maior taxa de fraturas de quadril.
Considerando-se as atuais recomendações de reposição de vitamina D (até 2.000 UI
ao dia) e as formulações combinadas de vitamina A + D disponíveis no Brasil,
parece prudente evitar o uso dessa combinação quando necessária reposição de
vitamina D com doses elevada em longo prazo.