Richard J. McManus, Jonathan Mant,
M. Sayeed Haque, Emma P Bray, Stirling Bryan, Sheila M. Greenfield, Miren I.
Jones, Sue Jowett, Paul Little, Cristina Penaloza, Claire Schwartz, Helen
Shackleford, Claire Shovelton, Jinu Varghese, Byan Williams, F.D. Richard
Hobbs.
JAMA – August 27, 2014 – Volume 312, Number 8
Este ensaio clínico randomizado (ECR) aberto foi realizado na
Inglaterra, onde 51 médicos de família selecionaram pacientes para automonitorização
domiciliar de pressão arterial (PA) e ajuste do esquema de anti-hipertensivo
(grupo intervenção) vs.
acompanhamento convencional, entre março e dezembro de 2011. Todos os pacientes
eram de alto risco cardiovascular (doença cardiovascular prévia, diabetes e/ou
doença renal crônica). O grupo intervenção (278 pacientes) foi treinado para
aferir a PA sistematicamente e entrar em contato com os médicos de família para
ajuste do tratamento conforme critérios pré-definidos. O grupo convencional
(277 pacientes) permaneceu em acompanhamento a critério da demanda do médico de
família. Houve menor PA sistólica (desfecho primário) em 6 meses [-6.1 mmHg
(2.9 – 9.3)] e em 12 meses [-3.4 mmHg
(1.8 – 5.1)] no grupo intervenção e menor PA diastólica em 6 meses [-3.0 mmHg
(1.4 – 4.7)] e 12 meses [-9.2 mmHg (5.7 – 12.7)] no grupo intervenção. Quanto aos
desfechos secundários, houve aumento do número de medicações anti-hipertensivas
em uso em ambos os grupos, mais pronunciado no grupo intervenção. Não houve
diferença para ocorrência de eventos adversos ou qualidade de vida entre os
grupos. Durante o Clube de Revista, os seguintes pontos foram discutidos:
- A seleção da amostra foi influenciada por conveniência
dos médicos da família, que eram livres para escolher os pacientes a
participar do estudo, o que pode ter trazido algum viés de seleção;
- Os mesmos médicos acompanharam tanto o grupo intervenção
quanto o grupo convencional, podendo o protocolo instituído no primeiro
grupo influenciar no atendimento dos pacientes do segundo grupo;
- Houve limitação de uso de até três anti-hipertensivos
para inclusão no estudo, o que excluiu pacientes mais graves.
Pílula do Clube: A automonitorização
de PA, com acompanhamento próximo do médico para ajuste do tratamento, pode
auxiliar no melhor controle dos níveis tensionais em paciente de alto risco
cardiovascular.
Discutido
no Clube de Revista de 29/09/2014.